sábado, 8 de julho de 2017

Livro - Por que repetimos os mesmos erros - Parte I



   "Justas ou injustas, as coisas acontecidas jamais serão destruídas. Nem o tempo, pai universal, seria capaz de impedi-las de terem sido e de renascerem. "
(Píndaro - 438 a.C)

E é com essa frase que esse transformador livro se inicia. O autor, Nasio, é um psicanalista e psiquiatra radicado na França. 

Queria deixar bem claro que eu não sou especialista no assunto gente, daí não esperem análises e tal. Eu aqui só apenas compartilho os pontos que os livros me acrescentaram na vida e destaco partes que gostei mais. Dito isto, vamos em frente! :)

O que esse livro trouxe para me acrescentar em vida? Fico em dúvida se devo organizar esse artigo novamente dividindo em capítulos (como fiz no Livro Comunicação Não Violenta de Mashall Rosenberg) ou se devo deixar fluir mais... E creio que irei deixar fluir colocando aqui minhas anotações.

Esse foi sem dúvida um dos melhores livros que já li em vida. Um presente livro em vida que me presenteou com alterações comportamentais e mudanças no meu olhar sobre meu trajeto até agora e o que há por vir. Então vamos nessa? O que há de tão interessante assim?

Um instantâneo clínico em que vemos o psicanalista escutar o paciente tendo em mente o conceito de repetição

Esse é o primeiro capítulo do livro, o título?? Complicado! Eu inicialmente achei que não entenderia o livro. Mas depois foi-se com uma leveza... Que o li tão rapidamente.

O autor fala sobre Raquel, uma jovem advogada que tem inexplicáveis acessos de sofrimento inconsolável. Sim!! Ele descreveu assim: sofrimento inconsolável!!! E o pior, Raquel não sabe o que a deixa triste.

Ela descreve como:
  • crises de lágrimas imotivadas;
  • sua impotência em superá-las;
  • medo de ver seu mal estar instalar-se definitivamente.

O autor defende que o analista deve escutar o paciente com ideias na cabeça (isso serve mais pra quem é profissional). E acrescenta! IMPORTANTE!! Há sempre a primeira vez em que um sintoma aparece e essa aparição inicial é decisiva para compreender a causa do sofrimento.

Outros trechos interessantíssimos:
- Jamais compreenderemos uma neurose num adulto se não localizarmos a neurose infantil de que ela é repetição
- Toda neurose no adulto repete uma neurose infantil

Da primeira aparição do distúrbio até a mais recente há uma série repetitiva.

Princípio da psicanálise: o distúrbio que não tem significado na cabeça do paciente sempre retorna em seus atos.

E pelo contrário, um distúrbio que encontrou um significado para de retornar.

PERGUNTAS:
1) Por que esse distúrbio é necessário?
2) Qual foi o encadeamento de eventos psíquicos que o tornou necessário?
3) De que problema ele é a solução?

E aí vem mais:

- Os distúrbios tentam ser solução de problemas!

- A verdade de um sujeito, quer dizer, o que o define intimamente, é mais o seu sintoma recorrente do que o seu romance familiar

- Há mais inconsciente num sintoma do que na recordação de um episódio familiar marcante

Ele sugere que seja feito detalhes das crises (por exemplo crise de tristeza):
- Em que ocasião surgiu?
- Em que momento do dia?
- No trabalho ou em casa?
- Em qual cômodo?
- Só, com alguém, ou pensando em alguém?
- Em que atitude corporal ela se encontra quando se sente triste?

Isso é observar o inconsciente. Qual é a cena do inconsciente?

E assim finaliza o capítulo 1 e mais uma vez fluiu organizando por capítulo.

Esse artigo continua.

Do livro: Por que repetimos os mesmos erros. Nasio, Juan-David; tradução André Telles. -
. ed. rev. - Rio de Janeiro: Zahar, 2014.




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